quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O Perfil do Superintendente da Escola Bpiblica Dominical

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiHw0B95Zi4slrYRh6ZcPG1PUSxUB9xjEKAcSQJNMOK_XND098EmdHfy_tJXvalkW-_opF9V2fIVGM1tJ59KFR7oGJeTl0UDWRMjW37nI8_WJUahviYrWq7X0yvZnOm0VvoFj6DliMbVnG/s320/campainha.jpg
IV – O SUPERINTENDENTE COMO GESTOR



Uma das funções principais do superintendente é a de gerir a Escola Dominical. Por mais “empresarial” que pareça essa constatação, ela não é nova e nem originalmente minha. Em outubro de 1967, portanto, há 43 anos, na quarta capa da extinta revista A Seara (CPAD), foram publicadas as “Bem-aventuranças da Escola Dominical”. Uma delas, dizia exatamente o seguinte: “Bem-aventurada a Escola Dominical administrada como um Banco, pois os seus negócios serão bem dirigidos e terão o respeito de todos”. Evidentemente que essa era uma “visão americanizada” de gestão, onde os bancos constituíam o paradigma, mas na realidade o autor quis ressaltar o princípio organizacional que deve permear a administração da Escola Dominical. Em outras palavras, ela precisa ser gerida de maneira inteligente e planejada. Mas, infelizmente, alguns gestores dominicais parecem insistir na prática de uma administração que se resume a distribuir cadernetas, pincéis, apagadores, lições e sinalizar o tempo com o auxílio da campainha! Nesse contexto, evidentemente que a Escola Dominical perderá toda a sua razão de ser, pois ela existirá apenas em função da observação de um tradicionalismo, mas totalmente esvaziada de seu real sentido. Por outro lado, não sou partidário do acompanhamento acrítico e indiscriminado de modelos de gestão que pululam aqui e acolá, como se o mero ato de acompanhá-los fosse o suficiente para manter a relevância e a razão de ser da Escola Dominical. É preciso articular o moderno e implementá-lo, de acordo com a realidade da Escola Dominical, com vistas a garantir a efetivação do processo educacional cristão.

Fala-se atualmente de diversos modos de gestão, desde a Teoria Geral dos Sistemas, a Teoria Geral da Administração e a Gestão Participativa e por aí vai. Contudo, em termos de gestão contextualizada, o modelo que foi sugerido por Jetro a Moisés (Êx 18.13-26), ainda permanece como uma das formas mais eficazes de administração. Isso porque gestão não é meramente o cumprimento de um roteiro inflexível de decisões alheias aos interesses coletivos. Nas palavras de Jetro, se Moisés o ouvisse e delegasse poder e partilhasse responsabilidades, Deus lhe daria as suas ordens, Moisés as cumpriria e, além disso, todo o povo voltaria para casa em paz (v.23), ou seja, haveria satisfação coletiva. Tal decisão está em consonância com a moderna ideia de gerir um educandário, pois gestão “significa tomada de decisões, organização, direção. Relaciona-se com a atividade de impulsionar uma organização a atingir seus objetivos, cumprir suas responsabilidades”.13 Em termos educacionais, a gestão democrática e eficaz garante que os seus princípios — os princípios da educação humanizadora e integral — sejam assegurados e cumpridos. Isso porque o que está em jogo são o crescimento e o desenvolvimento das pessoas — educandos, educadores, gestores, líderes —, sujeitos e razão de ser da Educação Cristã.

A educação laica está se tornando cada vez mais consciente do seu papel no processo de humanização dos seres humanos, e isso, em outras palavras, implica em compreender o “significado da gestão da educação, nos tempos hodiernos” a fim de garantir que ela cumpra seus propósitos. Colocado de outra forma, a gestão “necessita, a partir do seu sentido etimológico, ser vinculada às exigências do mundo globalizado com toda a sua complexa rede de determinações, tendo como referência fundamental a formação para a cidadania na ‘cultura globalizada’”.14 O que essa constatação quer dizer, é que a escola precisa formar cidadãos devidamente instrumentalizados para enfrentar os desafios dos novos tempos. Algo que não ocorrerá simplesmente por causa dos conteúdos ensinados, mas das políticas educacionais que os antecedem. Assim, gerir inteligente e participativamente, “Significa tomar decisões, organizar e dirigir as políticas educacionais que se desenvolvem na escola comprometidas com a formação da cidadania, no contexto da complexa ‘cultura globalizada’”.15 Vê-se que essa tarefa não é nada fácil, porém necessária, obrigatória e inadiável:



É um compromisso de quem toma decisões — a gestão —, de quem tem consciência do coletivo — democrática —, de quem tem a responsabilidade de formar seres humanos por meio da educação. Assim se configura a gestão democrática da educação que necessita ser pensada e ressignificada na “cultura globalizada”, imprimindo-lhe um outro sentido.16



Se a educação laica empreende essas mudanças por entender a importância de seu papel na sociedade, será que a Educação Cristã deve ficar aquém? Será que a parte ininterrupta da ordem dada pelo Senhor Jesus Cristo em Mateus 28.19,20 deve ser tratada como tem sido simplesmente porque alguém — subjetivamente — defende a errônea ideia de que estudar anula o fervor e a espiritualidade? É óbvio que a resposta é um sonoro “não”. No entanto, é preciso fazer com que essa conscientização se materialize no fazer pedagógico cristão, garantindo Educação Cristã de qualidade. Uma gestão democrática se faz com a participação de toda a comunidade de fé (expressão preferida de Lutero para referir-se à igreja), pois é por causa dela que a Educação Cristã existe e não o contrário. Nessa perspectiva, a “gestão democrática é uma prática cotidiana que contém o princípio da reflexão, da compreensão e da transformação que envolve, necessariamente, a formulação de um projeto político-pedagógico libertador”.17 E é evidente que, a partir da construção de tal projeto, será preciso uma representatividade, um extrato da comunidade de fé que, juntamente com o gestor da Escola Dominical, trabalharão para assegurar as decisões coletivas que garantirão a qualidade da Educação Cristã. Em Marketing para a Escola Dominical, o Ciclo Organizacional e Administrativo da Nova Escola Dominical18 representa um modelo adequado a essa perspectiva de gestão.


NOTAS
13 FERREIRA, Naura Syria Carapeto. Repensando e Ressignificando a Gestão Democrática da Educação na “Cultura Globalizada”. Revista Educação & Sociedade. Vol. 25, n. 89, Campinas: Centro de Estudos Educação & Sociedade da Unicamp, Set./Dez. 2004, p.1241.

14 Ibid., p.1240.

15 Ibid., p.1241.

16 Ibid., p.1241.

17 A Gestão Democrática da Educação e da Escola in A escola como território de luta. Caderno de Debates da IV Conferência Estadual de Educação da APP-Sindicato. Curitiba: APP-Sindicato, 2005, p.37.

18 CARVALHO, César Moisés. Marketing para a Escola Dominical. Como atrair, conquistar e manter alunos na Escola Dominical. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp.123-31.



https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjywU8NoLdJROr1HV_1NkWxnfOg5yn56AAxHChJoVhOn-ceYNn-e_3yA3uucXX3ol_oDgZJRgQE0GWixqO1G3cyvCtE4CwekddGxLF7qn1Oml3Rrz0rhWgZFR4nPrX5kQn8DOyh292BY1WV/s400/saofrancisco.jpg
III – O SUPERINTENDENTE COMO TEÓLOGO



Sendo a Escola Dominical uma instituição que lida diretamente com a Palavra de Deus, é mesmo uma obrigação e uma questão de moral que quem nela atua como seu diretor seja o maior interessado no estudo teológico. Isso porque, como disse C. S. Lewis, a teologia nada mais é do que “a série de afirmações sistemáticas acerca de Deus”.9 Aliás, todos — indistintamente —, ao testemunhar, pregar ou ensinar somos teólogos e demonstramos uma teologia. Ao dizer que Deus criou todas as coisas (inclusive Lúcifer), e que devido a Queda enviou Jesus Cristo para reconciliar o mundo com Ele, já há teologia envolvida na discussão. A grande dúvida então não é se teologia é importante ou não, mas que tipo de teologia está sendo reproduzida nas classes de Escola Dominical a cada domingo. Na realidade, mesmo sem perceber (e nisso consiste o problema!), a cada nova aula ou estudo bíblico, reflexões einsights teológicos são produzidos.

Qualquer que seja a concepção de Educação Cristã que a igreja (denominação ou ministério) possui conta com uma fundamentação teológica. Assim, se quiser obter êxito em sua efetivação, precisa refletir sobre as questões cruciais que a fundamentam. O doutor em Educação Cristã, Lawrence Richards, apresenta, a partir de uma primeira indagação, algumas perguntas que lançam luz sobre esse assunto: “Onde devemos começar nossas reflexões sobre a educação cristã?” E na sequência responde: “O ponto crucial são nossas predisposições. O que significa para nós ser ‘cristão’? Crer em certas coisas? Ter certos valores morais? Comportar-se de certa maneira? Ou há algo além disto, alguma essência que defina o que nós somos?”.10 Uma vez que esteja claro que a humanidade é criação de Deus, que pecou e nada pode fazer para reatar esse relacionamento a não ser aceitar o sacrifício de Cristo (Jo 1.9-13; 3.16) e daí em diante dar prosseguimento ao processo iniciado na conversão (Ef 4.12-16). Esse processo inclui o aprendizado e, consequentemente, a transformação paulatina, contínua e ininterrupta do ser humano, visando moldá-lo de acordo com o caráter de Cristo (“a perfeita varonilidade” cf. Ef 4.13). Assim, como disse A. W. Tozer, sendo “nós o que somos, e todas as demais coisas sendo o que são, o mais importante estudo a que qualquer de nós pode aplicar-se é, incontestavelmente, o estudo da teologia”.11

Com esse entendimento, é possível saber o porquê de as igrejas locais terem ficado reféns de mensagens e ensinamentos totalmente estranhos à verdade escriturística. A internet, conquanto tenha trazido inúmeros benefícios, causa problemas com a postura especulativa ou de acomodação de alguns professores que não mais desenvolve uma pesquisa em fontes confiáveis, mas baixa da grande rede tudo que diz respeito ao tema sem, contudo, fazer uma triagem à luz da Bíblia, das informações que absorvem. Com o objetivo de proteger a Escola Dominical e o que nela se ensina, é que o superintendente necessita de um amplo conhecimento teológico. Em radiografia e análise precisas do contexto atual, Alderi Souza Matos, doutor em história da igreja, em artigo intitulado “Flertando com o adversário: os evangélicos e a teologia liberal”, concluiu o seguinte:

A mentalidade pós-moderna se caracteriza pelo pluralismo, o relativismo e o abandono de valores absolutos. No desejo de ser relevante, atual e sintonizada com o mundo, a igreja corre o risco de fazer concessões excessivas à sociedade e à cultura, comprometendo a integridade do evangelho da graça. Nesse contexto, a teologia é um dos recursos mais essenciais para a vitalidade do povo de Deus. Se ela for desprezada, a vida devocional, o culto comunitário, o senso de missão e o testemunho da fé perdem sua solidez e coerência. Por sua vez, sem olhar atentamente para a Escritura, a história da igreja e as contribuições do passado, a reflexão teológica se torna refém das opiniões subjetivas, dos modismos flutuantes e dos ditames culturais de cada geração. Que as igrejas evangélicas do Brasil possam retornar às suas raízes, à herança dos reformadores, aplicando-a com fidelidade, sabedoria e sensibilidade aos complexos problemas e carências dos dias atuais.12
Esse é o desafio que se nos apresenta os novos tempos. Daí o porquê de a Escola Dominical necessitar de um acompanhamento que seja, de fato, teológico e não meramente denominacional. Aliás, a super-ênfase dada aos costumes denominacionais criou a falsa ideia de que a preservação da identidade da igreja estava restrita a esse aspecto. Quando os novos tempos chegaram e os costumes foram sendo banidos ou levados pela correnteza das mudanças sociais, restou um vazio que passou a ser preenchido com um evangelho de satisfação e gratificação imediatas, perdendo todo o seu nexo com o verdadeiro evangelho de Jesus Cristo. Se não há utilidade em uma teoria que não seja possível colocar em prática — perdoe-me o simplismo — não existe uma única prática desprovida de teoria. O fato de as práticas serem vivenciadas sem essa consciência, só as tornam ainda piores, pois as pessoas seguem o fluxo sem perceberem e ainda acham que suas decisões são “livres”. Diante desse quadro, é inevitável o resgate do estudo teológico que auxiliará na avaliação de nossas práticas vivenciais, relacionais, litúrgicas, devocionais e religiosas.

NOTAS 
9 LEWIS, C. S. O Peso de Glória. 1.ed. São Paulo: Vida, 2008, p.113.

10 RICHARDS, Lawrence O. Teologia da Educação Cristã. 3.ed. São Paulo: Vida Nova, 1996, p.11.

11 TOZER, A. W. Esse cristão incrível. A vida cristã vitoriosa. 2.ed. São Paulo: Mundo Cristão, 2007, p.76.

12 MATOS, Alderi Souza de. Artigo: Flertando com o adversário: os evangélicos e a teologia liberal. Ultimato. Ano XLIII, n. 324. Viçosa: Ultimato, maio-junho 2010, p.61.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxq85Ia59FjUG95qupBiaTPNZcGbBj0xhLNyNOvc-Vo03y3keOBFx6uXLhLz_UBsgqzrtdaCYUAfr69HcIW3QDlDs9UU7CyvY3ZXdqN3vQdaEeyHMSF_WWHQ6h7JjJQTRFDLDAp9uy_nsx/s320/o_ser_e_o_primeiro_educador.gif
II – O SUPERINTENDENTE COMO EDUCADOR



Nos círculos pentecostais, há quase três décadas, o teólogo e educador cristão, pastor Antonio Gilberto, já dizia que as “leis da aprendizagem não são invenção humana; são leis e princípios imanentes ao ser humano”. No mesmo texto, ele completou seu raciocínio dizendo que “as leis do ensino e da aprendizagem são universais e imutáveis, quer se trate do campo de ação secular ou religioso”.4 Isso significa que é preciso conhecer de educação para efetivamente cumprir a missão de escola que pesa sobre a Escola Dominical. A maioria de nós acredita que falar é sinônimo de ensinar, quando na realidade muitas e grandes lições são aprendidas com a observação dos exemplos daqueles que nos ensinam. O grave problema é que muitas dessas lições são negativas! Deixando de lado essa questão do exemplo, é preciso que o superintendente conheça sobre o processo de transmissão-assimilação ou ensino-aprendizagem, pois sem esse saber é praticamente impossível dar um caráter educativo, de fato, à Escola Dominical.

Evidentemente que, partindo de uma visão que tenho defendido em minha obra Marketing para a Escola Dominical5, o superintendente não precisa ser o responsável único por orientações permanentes relacionadas à educação no âmbito da Escola Dominical. Pensar isso seria um desastre, pois é impossível que o superintendente, dependendo do tamanho e da quantidade de docentes em uma Escola Dominical, consiga oferecer um atendimento satisfatório nesse particular. A única coisa que não pode acontecer, é o “acessório” tomar o lugar do “básico”. É o que Dermeval Saviani quer dizer quando afirma que “certas características, certas funções clássicas da escola [...] não podem ser perdidas de vista porque, do contrário, acabamos invertendo o sentido da escola e considerando questões secundárias e acidentais como principais, passando para o plano secundário aspectos principais da escola”.6

Era justamente por isso que o já citado educador e teólogo Antonio Gilberto, dizia em resposta à absurda objeção de a CPAD possuir um currículo infanto-juvenil: “O real benefício do texto áureo não está no fato de recitá-lo em conjunto na Escola Dominical reunida, mas no ensino bíblico nele contido e assimilado pelo aluno, e isso deve ser feito de acordo com a faixa de idade”.7 Por incrível que pareça, havia restrições quanto ao avanço da Educação Cristã nas Assembleias de Deus por conta do tradicionalismo de todos os alunos recitarem o texto áureo no término da aula! A conclusão do educador não poderia ser mais acertada, ou seja, de nada adianta falar o mesmo texto áureo — o que significa que a lição era a mesma para todos, fossem crianças, adolescentes ou adultos —, mas na assimilação do conteúdo bíblico apropriado a cada faixa etária. Mesmo após essa asseveração, ele ainda advertia: “Podemos nos esforçar muito e ensinar pouco ou nada, se não soubermos ensinar”.8 O que ele estava dizendo é que por tratar-se de Educação Cristã e de o conteúdo ser a Bíblia, não se pode imaginar que o educador obterá êxito automaticamente. É preciso dispor do conhecimento necessário do processo de educação.

NOTAS 

4 GILBERTO, Antonio. Artigo: Novo plano de revistas da Escola Dominical. Mensageiro da Paz. Ano III, n. 1151. Rio de Janeiro: CPAD, março de 1983, p.22. 



5 CARVALHO, César Moisés. Marketing para a Escola Dominical. Como atrair, conquistar e manter alunos na Escola Dominical. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, pp.123-31.


6 SAVIANI, Dermeval. Pedagogia Histórico-Crítica. 8.ed. São Paulo: Autores Associados, 2003, pp.101-2.


7 GILBERTO, Antonio. Artigo: Novo plano de revistas da Escola Dominical. Mensageiro da Paz. Ano III, n. 1151. Rio de Janeiro: CPAD, março de 1983, p.22.


8 Ibid.




https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-dIFny-OOorQBNDh2jd1EMYurMwdfD6pW64lMk4DOGvUH4Ja5etRoKxLhpmsXemg2y32keb3FJkGwCM4Uln9Y4cAgwKQSi7eZex5LSQldu1TLHvEnz1yFXX9qdXo4RUpz1TqlXH8kbrZj/s640/professor_06.jpg

Aviso aos interessados que o prazo para a apresentação dos projetos foi prorrogado para 31 de agosto de 2010.

O vencedor ganhará um prêmio de R$ 10mil e a igreja igual valor em livros

A Escola Dominical e o ensino bíblico são duas grandes marcas difundidas pela CPAD. Em seus 70 anos de existência, a Casa já realizou inúmeros Caped´s, conferências de ED, congressos e seminários. Esteve presente de Norte a Sul do país promovendo e divulgando o ensino sistemático da Palavra de Deus. Alguns desses eventos, realizados recentemente, fazem parte da agenda de eventos que marcam as comemorações do Centenário das Assembleias de Deus no Brasil e só reforçam ainda mais o compromisso da CPAD com a Escola Dominical.

O concurso que visa reconhecer e incentivar o professor de Escola Dominical chega à sua 3ª edição. Desta vez com algumas novidades. Uma delas é a premiação da igreja que indicar o professor contemplado. Isso significa que, além dos R$ 10 mil em cheque nominal e o Troféu Antonio Gilberto destinados ao educador, a CPAD também premiará a congregação da qual ele é membro. Esta receberá R$ 10 mil em vale-compra para ser trocado em livros numa das filiais da Casa Publicadora das Assembleias de Deus em todo o Brasil.

A iniciativa da CPAD surge do entendimento de que um professor, para desempenhar um bom trabalho, necessita do apoio da igreja. “As igrejas são grandes parceiras da CPAD na cruzada de ensino da Palavra de Deus que a Casa vem empreendendo em todo o país nos últimos anos. Também são os locais onde os professores são formados. Primeiro, como alunos, e daí em diante vem a vocação, capacitação e chamada. Por isso, a CPAD não poderia, no momento do reconhecimento, deixar de lado quem tanto ajuda”, destaca irmão Ronaldo Rodrigues de Souza, diretor-executivo da CPAD.

A novidade foi anunciada, em primeira mão, durante o 2º Congresso de Educação e Evangelização Infanto- Juvenil, realizado no final do ano passado em Balneário Camboriú (SC). Na ocasião, a Casa entregou o Prêmio Professor de ED do Ano, edição 2008, à professora Ângela Maria Alves de Paula, de Capixaba (AC).

O articulista e conferencista, pastor Eliezer Morais, exaltou a ideia. “Quero parabenizar a Casa pela iniciativa. Fico muito feliz, pois o professor só existe porque a igreja existe. Acho muito nobre que a contemplação também se estenda à congregação. Essa também é uma maneira de incentivá-la a acompanhar de perto esses projetos, trabalhando em prol deles ao lado do professor para o crescimento coletivo”, diz.

A professora Ângela Maria, ganhadora da segunda edição do Prêmio, mostrou-se feliz com a notícia. “Essa é uma forma de incentivar também aigreja, principalmente as mais pobres, a disseminarem o conhecimento da Palavra. Investi parte do prêmio para promover no projeto que apresentei e, hoje, com a nova estrutura, temos a possibilidade de alcançar ainda mais crianças”, afirma.

Novidades

Outro aspecto que surge nessa terceira edição do concurso é o fato de o projeto, obrigatoriamente, ter sido ou estar sendo desenvolvido com o Novo Currículo de ED da CPAD, lançado em 2007.

O Setor de Educação Cristã da CPAD já recebe trabalhos eficientes com experiências pedagógico-cristãs enriquecedoras. Porém, o chefe do setor, pastor César Moisés Carvalho, destaca que “ainda existem inúmeros trabalhos desenvolvidos praticamente no anonimato por esse país afora. A CPAD quer conhecer, divulgar e premiar aqueles que apresentarem os elementos requeridos no regulamento”. E enfatiza: “Os irmãos envolvidos nesse ministério não se intimidem e não deixem de participar, pois o seu projeto certamente significará um grande incentivo para milhares de professores”. A entrega da premiação acontecerá no 6º Congresso Nacional de Escola Dominical, que acontecerá entre 23 a 26 de setembro, em Maceió (AL). Além desta apresentação, a Ensinador Cristão, no decorrer de um ano, irá expor os quatro melhores projetos - um em cada edição.

A irmã Sônia Terezinha, ganhadora da primeira edição do prêmio, incentiva outros irmãos a participarem. “Eu jamais imaginava que isso (ser a ganhadora do prêmio) aconteceria para mim. Eu só tenho o antigo colegial, não tenho tanto estudo. Isso foi resultado do amor e da dedicação à obra. Por isso, digo aos irmãos que se sentem constrangidos de participar que não temam, pois é o Senhor quem os capacita”, diz emocionada.

Todos os professores de Escola Dominical, de qualquer faixa etária, têm até o dia 31 de agosto para se inscreverem. Basta preencher o formulário de inscrição disponível no fim desta matéria e enviá-lo pelos Correios à CPAD (veja mais detalhes no regulamento). Uma das juradas no projeto, a pedagoga Miriam Reich, faz um alerta aos participantes. “Eu recomendo-lhes muita atenção no momento de redigir o projeto, pois, em ocasiões anteriores, percebíamos que havia bons trabalhos inscritos, com experiências ricas e resultados positivos, entretanto, não eram claros em suas descrições (objetivos, justificativas, metodologia e avaliação). Se você possui dificuldade de redigir, peça ajuda a alguém na igreja que possa auxiliá-lo nesse sentido”, enfatiza Miriam.

Da mesma maneira, como as inscrições estão chegando, também chegam palavras expressando a gratidão de cada professor pela editora. Irmãos que encorajam a Casa Publicadora das Assembleias de Deus a continuar firme no seu propósito de apoiar diligentemente a propagação do conhecimento da Palavra do Senhor. Você, leitor, pode se juntar a esse ministério enviando o seu projeto.

Fonte: Revista Ensinador Cristão nº. 43 - 3º Trimestre de 2010

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlgi-InPN_h0T4awBfTh-EgejT4otZq-cT7-JMGC0DnAu491ediqW_Z64jGBuk1XUOKc2HEbA9D8GB8_mw3KTvQwjqsCJ6sp9c9kL_v9VJuCLaxDWtW_xQdpGy6DVy6Ba3IDW7VjMJkrvI/s320/campainha.jpg
I – O SUPERINTENDENTE



Desde a sua fundação, na forma como ela existe atualmente, em 1780 até os dias de hoje, a Escola Dominical presta uma valiosa contribuição ao povo de Deus e, indiretamente, até à sociedade. Não obstante, é preciso lembrar que já são 230 anos de atividades. O Brasil de 2010 nada tem que ver com a Inglaterra do século 18. O doutor em Educação Cristã, Rob Burkhart, em um artigo com o título O Gigante Adormecido, afirma que a Escola Dominical é o tal gigante. Mas ressalta o seguinte: “Ela não é uma má ideia; ao contrário, é uma grande ideia que com frequência se pratica muito mal”.1 O que falta para a Escola Dominical é uma forma de administração inteligente. É preciso pensá-la, e não simplesmente “tocá-la”. Em outras palavras, quem ocupa o cargo de superintendente de Escola Dominical, não pode simplesmente “herdar” a mesma forma de geri-la e levar isso avante. É preciso pensar acerca da estrutura e do funcionamento, bem como na forma de gerir a Escola Dominical no intuito de que ela não perca sua dimensão prática e útil perante os alunos.

Qual é o papel do superintendente diante dos grandes desafios trazidos pelos novos tempos? O que as pessoas esperam da Escola Dominical? O que, de fato, a Escola Dominical deve representar para os cristãos? Em primeiro lugar, como disse o doutor em Teologia, Júlio Zabatiero, a fim de “renovar a escola dominical, é preciso que seu caráter de escola seja desenvolvido”.2 Conforme escrevi em uma outra oportunidade, a “Escola Dominical pode e deve agradar a Deus, mas ela não é culto, é aula, atendimento informal e personalizado visando aproximar os alunos de Deus, com vistas a formá-los, tendo como modelo valorativo e transcendental o Senhor Jesus (Ef 4.11-16)”.3 Para que esse objetivo seja assegurado, é preciso que o superintendente garanta o funcionamento da Escola Dominical nos moldes de um educandário. Entretanto, para que ele assim a veja é preciso que encare a sua função, de fato, como a de um diretor. Devido a especificidade da Escola Dominical, alguns conhecimentos são imprescindíveis ao desempenho da função de quem a superintende.

NOTAS 
1 BURKHART, Rob. Artigo: O Gigante Adormecido. Encarte Especial da Revista Obreiro. Ano 25, n. 21. Rio de Janeiro: CPAD, jan/fev/mar, 2003, p.23.
2 ZABATIERO, Júlio. Novos Caminhos para a Educação Cristã. 1.ed. São Paulo: Hagnos, 2009, p.64.
3 CARVALHO, César Moisés. Artigo: Marketing na Escola Dominical. Novo Paradigma para a Administração da Educação Cristã. Revista Ensinador Cristão. Ano 7, n. 25. Rio de Janeiro: CPAD, jan/fev/mar, 2006, p.8.




https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEht-kIQTOCRkqace0w6Lv-bWFx23_cFhL1TemPuuZvjMquGw5Q07CrOF5xlBzGfa-m2iRFcQppdptCncskCBouxF4BEJH6ynA6m0RgGceudbJ13nwurFVPu1smWS275QZTFJOXYcxPBcHrR/s320/campainha.jpg

Confira a primeira parte do artigo sobre o Perfil do Superintendente de Escola Dominical.

INTRODUÇÃO



Diante das inúmeras e sucessivas mudanças ocorridas em todos os âmbitos e dimensões, é possível verificar que algumas instituições permanecem, para seu próprio prejuízo, estáticas e inflexíveis em relação aos novos desafios e exigências. A grande questão não é por que as instituições então não se aperfeiçoam e mudam, mas, quem na realidade muda? As instituições são criadas, administradas, mantidas e geridas por pessoas. Logo, quem precisa mesmo mudar são as pessoas para só então as instituições mudarem. Outras questões que não podem passar sem a devida reflexão são justamente o como mudar, quando mudar, por que mudar epara que mudar. Isso significa que não se trata apenas de mudar pelo mudar, mas um mudar consciente e objetivo.

A existência necessária e desejada de uma instituição depende de sua imprescindibilidade. Diante de tantos concorrentes, é inadmissível a existência de uma instituição desatualizada e obsoleta. Imaginar-se soberana pelo simples fato de ter uma tradição histórica é um risco que nenhuma entidade ou departamento pode dar-se ao luxo de correr. Infelizmente, muitas não mantêm a lucidez necessária e acabam tornando-se peça de museu ou simplesmente uma página da história pregressa. No entanto, isso não precisa ser assim. Se houver uma percepção inteligente, é possível manter a contemporaneidade institucional empreendendo pequenas, mas substanciais, mudanças que garantirão a sua vida útil.

Na formação pedagógica, por exemplo, atualmente se requer do diretor/gestor que ele seja também regente. Já se vai longe o tempo em que ele era meramente um técnico impessoal que nada sabia da vida em sala de aula. É obrigatório que ele saiba o que significa ensinar para que administre com eficácia e inteligência a escola como um todo. Se partirmos do princípio que a escola, tanto em suas instalações e mobiliário quanto em seus conteúdos e métodos é essencialmente “didática” e “pedagógica”, veremos que o papel desempenhado pelo diretor é fundamental senão decisivo. Pensando nesse aspecto, qual será o destino da Escola Dominical no terceiro milênio se ela continuar insistindo em algumas formas — flagrantemente ultrapassadas — que já não respondem às atuais necessidades? Conquanto a doutrina não sofra mutação, omodus operandi e a forma de se realizar o trabalho precisam, em muitas ocasiões, acompanhar as mudanças que ocorrem nesse campo. Com esse conhecimento, essa reflexão visa analisar as atribuições que, com as novas demandas, pesam sobre o gestor da Escola Dominical: o superintendente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário